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Mais Uma Fazenda Vendida com Porteira Fechada.


Por Leonardo Gonçalves

É isso mesmo pessoal! Foi na região do Vale do Paraíba, cheio de fazendas antigas, que um dos fazendeiros, desgostoso da sua fazenda, e que tinha fama de não cuidar bem do gado, começou a contrair dívidas. E aí já viu: Sem renda, e com muitas filiais espalhadas pela região, o velho fazendeiro pensou: “Vou abrir um sindicato só pros peões da minha fazenda!”. No começo, tudo ia bem, e ele até chegou a desfilar seus jagunços lá no Sindicato Federal, mas a longo prazo, o novo Sindicato Regional acabou por gerar mais dívida, e vendo-se em “aperto”, o velho decidiu vender a fazenda.

Acontece que o presidente do Sindicato Federal dos Fazendeiros, dono de incontáveis cabeças de gado, que era um baixinho arretado com fama de “não perder uma”, viu na velha fazenda um grande negócio, e decidiu investir por lá.

Mas a proposta não agradou o fazendeiro. Onde já se viu? O danado teve a audácia de oferecer uns míseros 3 milhões, e ainda quis conversar com o dono da fazenda endividada de madrugada! A dívida era grande, presidente! Essa o senhor perdeu, compadre. Quem mandou ser miserável e não ter mais bala na agulha? Perdeu um “negocião”: Fazendinha boa, divisa com a dele (risos!).

Essa não foi a única proposta: Muita gente se interessou em comprar aquela fazenda (de porteira fechada, é claro!), até que apareceu por lá um fazendeiro de longe, lá das bandas do norte, mas que há tempo vinha cobiçando essas terras do sudeste. Homem ambicioso, se candidatara duas vezes ao cargo de presidente do Sindicato Federal, porém sem vitória.

Sabendo da condição do “pobre endividado” fazendeiro, assumiu as dívidas dele e da fazenda, pagou uma fortuna por aquelas terras, e de quebra deu uma “quirelinha” pro fazendeiro – coisa pouca, só 12,500 reais por mês para o antigo dono (previdência privada?). Coitado gente! O velho merece, afinal, “nem só de pão vive o homem”, e muito mais ele, que adora uma caminhonete bem equipada (risos).

O presidente do Sindicato Federal (o baixinho que não perde uma!), enviou um pau-mandado para tentar impugnar a venda. Foi pra justiça, tocou um rebu danado, esperneou... Mas o seu Juiz, ao ver que os documentos estavam em conformidade com a lei, aprovou a venda. E como polícia existe para isso mesmo, os policiais ficaram na porta da igrej... ops, da fazenda, enquanto lá dentro era feito o “negócio”, com direito a ata e tudo mais.

Além de pagar bem, o novo proprietário fez muitas promessas. A idéia é que, com a chegada do novo capataz, as tetas das vacas comecem a produzir mais leite. Aleluia, isso que é homem “di-visão!”

Só não sei ainda como vai ficar a situação do Sindicato Regional, fundado há pouco tempo no Vale do Paraíba pelo velho fazendeiro. Será que ele vendeu os documentos do sindicato também?

E é assim: Fazenda vendida, festa no arraiá, muita pipoca, canjica e bolo de fubá pra comemorar. O velho fazendeiro, com o bolso cheio e de bem com a vida, ainda recebeu o “título” de Dono de Honra, e poderá dar seus pitacos lá na fazenda de vez em quando. Difícil mesmo é o novo capaz aceitar essa situação. Mas também, com um salário vitalício de 12,500 reais nem precisava dar pitaco, não é mesmo?

E assim caminha o gado gospel no Vale do Paraíba. Como dizia o meu amigo Zé:

“Ê...o...o, vida de gado; povo marcado ê! Povo feliz!”


***
Dedico este texto aos pastores Samuel Câmara, José Wellington Bezerra
e a quem mais interessar.

Púlpito Cristão.

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