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He-man revoltado com a teologia da prosperidade

Por Avelar Jr

Quando eu era criança, achava muito legal assistir ao He-Man e à She-Ra (Na verdade eu assistia tudo que havia de programas infantis e desenhos animados). Mais legal ainda era que, no final de cada desenho, He-man deixava um conselho prático ou um ensinamento interessante (Bom, no caso de She-Ra, eu me lembro que eu tinha de encontrar Geninho…).

Bons anos 80 que não voltam mais, não é?
O que me despertou, de fato, para a importância dos conselhos de He-Man foi que, num certo episódio, Esqueleto, o eterno arqui-inimigo do nosso super-herói, ficou pendurado na borda de um precipício, e a queda resultaria em sua morte. E eu, como toda criança normal, fiquei vibrante e pensei logo: “Finalmente He-Man vai pisar a mão desse cara e acabar com o mal!”.

Qual não foi minha surpresa ao ver que He-Man tomou a mão de Esqueleto e o salvou! Foi um choque. Como alguém tão bom poderia salvar alguém tão mal, que só pensava em prejudicar as pessoas? — pensava eu. Não era óbvio para mim: ele era realmente bom, e fazia algo que Cristo ensinou e praticou. No final, lembro que aquela boa atitude e bom exemplo me impactaram até hoje. Eu não me esqueço de forma alguma que Esqueleto ficou sem jeito e saiu com o rabinho entre as pernas, agradecendo ao seu rival — e agora também herói — por tê-lo salvado.

Pesquisando dia desses na internet, para ver se encontrava algum desses conselhos “He-Mânicos” no You Tube, encontrei vários deles. Creio que algo assim seria uma pérola para crianças e pré-adolescentes se ainda passasse na TV (e por que não dizer para os tiozões e tiazonas também?), que hoje em dia encontram desenhos superficiais, violentos, fúteis e que, raras vezes, transmitem uma boa mensagem, e de forma clara e direta.

Um desses vídeos de pérolas “He-Mânicas”, tem uma temática que me deixou bastante impressionado por se encaixar perfeitamente na nossa realidadezinha “gospel”: a busca de poder e dinheiro fácil, que lembra muito a nossa velha conhecida, a famigerada, a descartável, a tóxica e rebatida… “Teologia da Prosperidade".

Pois é… depois disso He-Man passou a ser, para mim, ainda mais “mano”.

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